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O que é?
A Fobia Social faz parte dos Transtornos de Ansiedade. Sabemos que a ansiedade é uma emoção normal e muito importante para a nossa sobrevivência, tanto individual quanto como espécie. Este sentimento faz parte da experiência humana, e funciona como um sinal de alerta que nos faz ficar atentos e nos prepara para lutar ou fugir em uma situação de perigo. O problema é quando a ansiedade ocorre de forma desproporcional, isto é, sem que a nossa integridade física ou psíquica esteja em perigo, ou no caso da Fobia Social, por que vamos fazer uma pergunta na aula, ter um encontro amoroso, pedir aumento ao chefe, etc.
A característica principal deste transtorno é uma ansiedade muito grande que ocorre em situações sociais ou quando o indivíduo está em uma situação na qual seu desempenho pode estar (ou assim ele pensa) sendo avaliado. A ansiedade pode manifestar-se como Ataques de Pânico. A tendência das pessoas com Fobia Social é evitar ao máximo as situações sociais, ou as enfrentam com elevado grau de sofrimento.
O diagnóstico de Fobia Social só é feito se o comportamento de evitação, o medo ou a ansiedade antecipatória (aquela que ocorre antes da situação social ou de desempenho, simplesmente por saber que vai enfrentá-la) alteram de forma negativa a rotina diária, o funcionamento ocupacional ou a vida social do indivíduo, ou se causam um sofrimento acentuado na pessoa (APA, 2014).
A maioria das pessoas experimenta algum grau de ansiedade quando vai falar em publico, mas quem tem Fobia Social preocupa-se em excesso, acha que a plateia vai perceber seus tremores, que seu rosto ficará vermelho, a voz será insegura etc. Caso pense em fazer uma pergunta na sala de aula, imagina que os outros acharão que é uma pergunta tola, ridícula. A Fobia Social afeta entre 3 e 13% das pessoas durante a vida (APA, 2014).
Tipos:
A Fobia Social pode ser circunscrita, isto é, quando é limitada a uma situação como falar, escrever (ex: assinar cheques), iniciar conversa com pessoas do sexo oposto, conversar com pessoas hierarquicamente superiores ou comer em público por exemplo. Na Fobia Social generalizada, os sintomas fóbicos afetam várias áreas da vida do sujeito, isto é, dificuldades em várias das situações citadas anteriormente estão presentes.
Como é diagnosticada?
A Fobia Social é diagnosticada, conforme os critérios da American Psychiatric Association (APA, 2014).
Critérios Diagnósticos para F40.10 – 300.23 Fobia Social
A. Medo ou ansiedade acentuados acerca de uma ou mais situações sociais em que o indivíduo é exposto a possível avaliação por outras pessoas. Exemplos incluem interações sociais (p. ex., manter uma conversa, encontrar pessoas que não são familiares), ser observado (p. ex., comendo ou bebendo) e situações de desempenho diante de outros (p. ex., proferir palestras).
Nota: Em crianças, a ansiedade deve ocorrer em contextos que envolvem seus pares, e não apenas em interações com adultos.
B. O indivíduo teme agir de forma a demonstrar sintomas de ansiedade que serão avaliados negativamente (i.e., será humilhante ou constrangedor; provocará a rejeição ou ofenderá a outros).
C. As situações sociais quase sempre provocam medo ou ansiedade.
Nota: Em crianças o medo ou a ansiedade pode ser expresso chorando, com ataques de raiva, imobilidade, comportamento de agarrar-se, encolhendo-se ou fracassando em falar em situações sociais.
D. As situações sociais são evitadas ou suportadas com intenso medo ou ansiedade.
E. O medo ou ansiedade é desproporcional a ameaça real apresentada pela situação social e contexo sociocultural.
F. O medo, ansiedade ou esquiva é persistente, geralmente mais de seis meses.
G. O medo, ansiedade ou esquiva, causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras àreas importantes da vida do indivíduo.
H. O medo, ansiedade ou esquiva não é consequência dos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., abuso de droga, medicamento) ou de outra condição médica.
I. O medo, aniedade ou esquiva não é mais bem explicado pelos sintomas de outro transtorno mental, como transtorno de pânico, transtorno dismórfico corporal ou transtorno de espectro autista.
J. Se outra condição médica (p. ex., doença de Parkinson, obesidade, desfiguração por queimaduras ou ferimentos) está presente, o medo, a ansiedade ou esquiva é claramente não relacionado ou excessivo.
Um dos tratamentos preconizados é a Terapia Cognitivo-comportamental, que pode ser utilizada combinada com psicofárma
Referências:
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Referência Rápida aos critérios diagnósticos do DSM-5. Porto Alegre: ARTMED; 2014.