Alzheimer é uma doença neurodegenerativa que causa a perda das funções cognitivas, como a memória, orientação, atenção e linguagem. Atualmente, o número de pessoas que vivem com a doença no mundo é de aproximadamente 50 milhões. No Brasil, são estimados 55 mil novos casos de demências todos os anos. E as projeções esboçam um aumento exponencial: até 2030, 75 milhões serão afetados pela doença, quantidade que deve pular para 135 milhões em 2050. Há uma explicação clara para essa provável guinada: o aumento da expectativa de vida.

Os cientistas ainda não chegaram a um consenso sobre os motivos que causam o declínio cognitivo. Eles sabem que há um aumento de uma proteína chamada beta-amiloide nas redondezas dos neurônios, que gera placas capazes de destruir as conexões entre as células. Outra causa conhecida tem a ver com uma proteína, chamada Tau, que forma novelos prejudiciais aos neurônios. Ninguém desvendou, porém, quais fatores desencadeiam esse processo.

Principais sintomas:

  • Falta de memória para acontecimentos recentes;
  • Dificuldade para dirigir automóvel e encontrar caminhos conhecidos;
  • Repetição da mesma pergunta várias vezes;
  • Dificuldade para encontrar palavras que exprimam ideias ou sentimentos pessoais;
  • Incapacidade de elaborar estratégias para resolver problemas;
  • Dificuldade para acompanhar conversações ou pensamentos complexos;
  • Irritabilidade, suspeição injustificada, agressividade, passividade, interpretações erradas de estímulos visuais ou auditivos, tendência ao isolamento.

NÃO É SÓ A MEMÓRIA QUE SOFRE

Pesquisadores da Universidade de São Paulo, em Ribeirão Preto, recrutaram 130 voluntários — uma parcela com a enfermidade e outra sem quaisquer problemas. Todos experimentaram tiras alimentícias (uma espécie de papel com sabores diversos). Ao final do teste, 26% dos sujeitos com o quadro moderado não sentiram o gosto direito, ante 3% dos que possuíam o cérebro intacto.

Como o emocional do paciente fica fragilizado, é muito importante o acompanhamento psicoterápico, que leve conforto, estimule a memória através de conversas e dinâmicas e estimule a mente com terapias ocupacionais. Também é indicada aos familiares e cuidadores do idoso, que sofrem tanto ou mais com a doença, ao ver a debilidade de um ente querido.

Alzheimer é uma doença que ainda não tem cura. Mas sempre podemos levar acalento e tratar o equilíbrio emocional para minimizar o sofrimento e fazer o amor prevalecer ante as dificuldades.

PREVENÇÃO

Apesar de a ciência ainda não ter descoberto uma cura, algumas medidas ajudam e muito a preveni-lo.

Mexa o corpo: pesquisadores das universidades da Califórnia e de Pittsburgh, ambas nos Estados Unidos, descobriram que quem se exercita mais tem um cérebro maior, sobretudo em áreas associadas à memória e ao Alzheimer, a exemplo do hipocampo. Os experts calcularam que o risco de desenvolver a doença caiu pela metade entre pessoas que praticam atividade física!

Mexa também a cabeça: quanto mais exercitar o cérebro, melhor. Desafie o raciocínio com leituras, cursos, palavras-cruzadas e jogos como quebra-cabeças e videogame. Algumas pesquisas apontam que a inatividade cognitiva aumenta em 19% o risco de ter Alzheimer.

Controle o peso: Manter-se em forma evita danos às artérias que, com o passar dos anos, boicotam as atividades neuronais. Nesse sentido, também é crucial controlar colesterol, pressão e diabete.

Alimentação: Uma dieta rica em peixes, azeite de oliva, vegetais e castanhas resguarda os neurônios. Frutas vermelhas são outra ótima pedida.